Tomei um susto quando tirei A Justiça ao sortear entre as cartas do tarô. Uma bela cena. Uma bela mensagem de símbolos. Uma bela visão.
A visão de uma mulher imóvel, impassível, que porta uma balança, cujos pratos estão equilibrados. Estática, mas viva. O olhar perdido (e cego) d’A Justiça me faz lembrar o olhar enigmático da Monalisa. Em que pensava aquela mulher na tela?
A Justiça me parace, neste momento, um símbolo de “pagamento”, “retorno”, ” devolução”, “bumerangue”. O que há de bom e o que há de ruim está voltando para mim. Na verdade, eu me sinto, talvez pela primeira vez, não observando A Justiça e tentando adivinhar-lhe os significados, mas tenho a sensação de que EU estou agora vendo o mundo de sua perspectiva. E isso é absolutamente fantástico, porque me vejo sensata, tranquila, mas muito atenta e criteriosa para avaliar tudo o que está à minha volta. A gente normalmente fica olhando os arcanos do lado de cá, mas raramente nos colocamos no lugar deles para tentar entender o universo.
Ao ensaiar me pôr no lugar d’A Justiça me sinto içada à sua altura, à sua coerência. É uma grande honra. Agora, a melhor ação é a inércia.
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É uma reflexão interessante sobre o Arcano 8. A proposta desse olhar sob o ponto de vista do arcano também me parece muito enriquecedora.
Abraços,
Tânia